Não quero amor
dito, escrito, rabiscado, nem mesmo soletrado!
Nem em poesia
versado!
De letras quero
apenas o descrever dos atos.
Quero mordidas,
cafunés, abraços, beijos, olhares,
percorrer dos dedos
por debaixo dos entalhes...
o com tato, amor em
ato!
Deixa o bla bla bla
pra lá, e vem me amar!
Se quer palavrear o
amor, me pergunte, “como está?”
saberei então, que
o mínimo cuidado, no longe esta
a me aconchegar.
Deixa de blá blá
blá, vem pra cá!
Dizer que quer
perto, e num saber ao certo
quando vai chegar,
como que fica o estar estar
no lado a lado
sentir energia, ler olhar, acalentar?
Do longe e com
palavras, só se for pra me perguntar,
“como está”?
E no perto, que
fique mudo.
Não o quero
discreto, nem por um segundo.
se falar “te amo”
é fácil, agora quero ver transformar em ato!
Lanço o desafio,
e se num for assim,
meu amor pouco a
pouco fica frio.
Fica chato,
e ponho um fim.
Quero o você por
perto, se for assim de se chegar com cuidado,
e mesmo que num
tumultuar dos fatos,
que o mundo esteja
pegando fogo,
que você saiba
apenas se entregar, me amar... deixar de blá blá blá.
Esse é o meu jogo.
Não cabem mais
palavras a me encantar,
agora, só o toque,
o carinho
para me segurar,
Blá blá blá, não
faz cócegas,
nem alimenta minha
memória sensitiva,
não desperta outras
vontades, nem estanca ferida
Deixa de blá blá
blá
poque palavras ficam
no ar
o que transmuta
mesmo é se deixar
ser, sentir e se dar
autocriticar!
Aí sim, as palavras
farão sentido
e até poderão ser
abrigo quando
remotar lembranças
do sentir ao estar
Se não for assim,
meu bem,
que fique com seu
blá blá blá
e nos
desentenderemos,
por não mais a
mesma língua falar.
- 14/06/16 -Atingócni