Minggu, 03 Oktober 2010

andando pelo nevoeiro



vagando em dia de sol madrugando
das ruas plantas e gente escondida
as gotículas de agua em choro
molhava disfarçadamente as mascaras clandestinas
pareciam nuvens que se desmanchavam ao tocar...
parecia poder o sol tapar...
escondia o que de traz dos pés ficava...
e nada a frente mostrava

eram sombras de arvores...
uma película fina.
eram paredes brancas que me fechavam naquele espaço
era poeira acumulado no espaço cobrindo-me os fantasmas
das margens alheias surgindo algo com o aproximar
desaparecendo os sonhos ao olhar

olhar para traz e nada mais ver...
olhar para frente e sentir vista dormente embaçada
escolher caminhos os quais limparei o vidro com desenhos
enxergando aquilo que escolhi ver..
deixando de ver o que não vi...

o sol imponente suga das lágrimas a cor
tira do branco nulo apagado
substitui por um céu azulado
brinca de mostrar o que está atrás...

não olhe!

são as sombras criadas pelo desespero
de não mais poder sentir o que foi vivido
é como se só existisse o agora..
e a cada passo um renascer
de memórias deixadas
de medos incorporados
de cores modeladas
pelas passagens que se acumularam
e em imagens se afastam dos olhos..
apesar das paredes...
...estar vivo.

e de segredos que se esvaem com as nuvens..
deixando da luz a cor vibrante
para que viva apenas aquele instante
distante do vento que o desfaça
em pensamento que ganham vida, depois passa.