Kamis, 13 Maret 2014

ONOMATOPEIA DO SILÊNCIO


Aos avessos transversos da realidade
As palavras se encontram vencidas
Totalmente homicidas em seu uso
Por quanto o desuso se torna mais apropriado
Do que o ditado que reproduz sem sentido,
sem gemido ou sorriso
Qualquer que seja esta que transcende a boca
Apenas para agradar a louca vontade de se ouvir
Dizer coisas bonitas e enfeitadas, enfim
Que não querem dizer nada
São apenas vozes esparramadas
Que refletem apenas os ecos
Que de tantos se propagarem
Tornaram a repetição uma mecanização
Que perde toda significação
Não chegam a virar imagens tão pouco
Querem ser ação,
Perdidos sons sem imaginação,
Ausência da sensação

O que é mesmo que se quis (diz)?

Que o silencio acalentem as bocas
Que ousam difamar e vociferar
As palavras rocas
que se desintegram na falta de
ar, falta de mar
de dançar, de gritar,
abraçar, beijar, acalentar.
Ficam loucas.
Apenas por falta de amar
não amor...
Porque o verbo em silencio se expressa,
Sem pressa se espalha no aqui e acolá,
Se você consegue sentir o que há
Tocar e chorar, sorrir, simples assim
Sorrir para contAGIar
Sentir, dor... também,
Pois as lágrimas precisam escorrer
A pele das faces alheias a fim de lavar
Dessas areias a frieza destes ditos quebrados
Transformados em mitos
Para que os músculos todos se contraiam
Em várias caretas
Sem que se esconda de soslaio
Os belos sorrisos que gozam dessas treitas
Que querem apenas libertar-se
Das palavras
Se soltar para dar sim,
Muitas gargalhadas
E dessa forma singela
Com ou sem ela
Fazer existir tudo aquilo
Que puder se sentir,
E espalhar tudo aquilo que faz rIR

Então, aí sim!
Serão àqueles fins
Que são os que enxergo
Em olhos que brilham no ego
Daqueles que se jogam
Aos afins, dos confins
Para que as letras virem legos
E construam apenas o movimento
Das danças ao vento.
Com olhos, boca
Nariz ouvido e tato
Tudo, só  coM+ATO.


aTiNgOcNi – 07/09/13