Vago...
Caminho entre gente que se vê gente e não me enxerga
Passo por seres que parados conseguem fazer dos sons um barulho que não me pertence
Tento gritar..
Continuo a falar, cutuco os mais próximos, me calo.
As palavras de outros são as que animam e criam a interação
De outros mundo venho com a insanidade de quem gosta de ler... muda com o falar dos olhos, observando e admirando
Os que estão em vista...
Passeio por entre criaturas que não sentem nem usam os olhos
Outros planos.. continuo a observar...
Perguntas surgem e viram uma reviravolta na minha cabeça..
Será que eu mudo??
Será que posso ser parte de zumbidos que nada significam e ainda cantar sem dissonância?
Questões sem resposta..
Êxito... medo, temor, talvez um não eu que queira surgir...
Respiro tento ver um outra pessoa nascer..
Mas está escondida. Presa. Existe?
Os sentidos parecem-me falhos...
Não consigo pronunciar seqüência de um texto..
Pareço abstraída apenas pelo cheiro... o aroma.. o ar
Sinto, e respiro cada vez mais profundamente...
O cheiro.
A beleza que enxergo apenas com ele, coisas inodoras não tem aparência.. são coisas de lá...
Pareço está numa bolha..
Bolha de sabão que sobe e flutua por entre as coisas..
Posso estourar-me a qualquer momento...
Mas ainda estou a olhar de cima..
Correndo sem poder mudar a direção...
O céu.
Vistas agradáveis...
Espero a queda imune como se eu ainda fosse como pena
Que desenha o trajeto ou pré escreve uma história..
A minha.
Pré-escrevo?!
Continuo em passos letárgicos,
Sou apenas sentidos,
Desorientados, excluídos, invisíveis,
Calados.